sábado, 22 de setembro de 2012

Post extra: I'll say, "You haven't met me, I am the only son"

Ela tinha 16 anos, o rosto estava torcido em uma careta, ela mordia os lábios, torcia o nariz e uma das sobrancelhas estava levantada, ela encarava o horizonte de maneira determinada, um colírio para os olhos e uma visão de matar; parada na varanda ela repassava sua vida, os dias eram curtos e a terra que conhecia agora parecia sem vida e cinza diante de seus olhos, ela sempre pensou em ir embora, agora ela era obrigada; com a mochila nas costas ela apostou sua sorte em uma colina e sumiu sem deixar rastros, ninguém a conhecia, ela não tinha passado.

Era nova mas sua alma era velha e guardava negras lembranças de seu coração pesado, ela respirava fundo e reunia sua coragem, ela precisava de um ponto de equilíbrio, um lugar seguro em sua mente, seu lugar feliz; seus próximos passos mudariam sua vida já sem rumo e ela teria de ser forte, ela precisava alinhar seu corpo, mente e coração, já sabia que seu coração não iria ter paz então sorriu para um menino que a seguia desde que parara em uma cidade próxima para beber água e trocar de roupas para permanecer discreta em meio a multidão, ela sorriu mostrando dentes perfeitos para ele e disse "seja forte e reze para nunca sentir meu remorso".
Quando chegou no velho casarão, abriu a porta com a ponta do pé e entrou com passos firmes, seus longos cabelos negros como a noite ricocheteavam em suas costas e com a expressão fechadas e olhos cerrados atravessou o salão até encontrar a porta de madeira envernizada que procurava, ela já estivera ali antes e esta seria a última vez; com os lábios vermelhos curvados em um sorriso cínico ela começou seu discurso diante do homem gordo por detrás do charuto:
_Se você vai me acusar então olhe bem no fundo dos meus olhos, você e seu charuto fedem a ganância e desgraça, você ama o que possui mas como faz se tudo o que tem tirou das fracas mãos dos pobres? Mentiroso, ladrão, você não irá tocar na minha loja.
Uma risada ecoou do outro lado do salão e se transformou em coro, era o sinal que ela procurava; ajeito a gola do sobretudo e saiu da sala com o salto da bota ecoando no assoalho, não bateu a porta ao sair mas o fez quando reentrou na sala com uma arma apontada para a fumaça, ela sabia onde teria de acertar e só precisava de uma bala.
_Olhe! Olhe bem! Comece a rezar para o Deus que você tanto negou porque você está prestes a me conhecer.
O disparo ecoou na sala, as mulheres gritaram, os homens seguraram seus chapéus e seu orgulho, não se atreveriam a atirar em uma moça tão jovem; sabendo disso, ela saiu da mesma maneira que entrou a primeira vez: passos largos e decididos, olhos cerrados, cabelos negros ricocheteando nas costas, ajustou novamente a gola e mordeu os lábios carnudos, "estava feito".
Na cidade a notícia se espalhou rápido, a jovem misteriosa que havia assassinado o prefeito da região, todos sabiam que ela havia "libertado" a cidade mas o medo e o orgulho, aquele fútil e hipócrita senso de ética os impedia de recebê-la como a guerreira que era então ela decidiu seguir pela estrada que a levou até ali, a morte de sua família e sua honra estava agora quitados, seu coração não poderia descansar mas ela sabia o que havia feito pois sabia o que havia visto, somente um homem a reconheceu, ela abriu seu melhor sorriso e disse:
_Sim, sim senhor, fui eu. Eu sei o que eu fiz porque eu sei o que vi.
Abrindo caminho sem muito esforço e sem medo ou remorso no olhar, ela ultrapassou o homem então voltou-se para ele:
_Você não me conheceu, eu sou a única filha que restou.
Pássaros saíram de seus ninhos, um corvo gralhou e a terra estremeceu levantando poeira apagando os passos que a levaram até ali, limpando a pólvora das mãos ela seguiu viagem. Não se sabe dizer se a história é verdadeira mas alguém havia limpado a cidade, a garota nunca mais foi vista ou ninguém tem a coragem de admitir, ninguém conheceu a única filha que restou, aquela que dançou em uma tempestade de poeira.

Olá novamente! Eu estava ouvindo Dust Bowl Dance tem algumas horas e comecei a comentar no twitter sobre a letra, falando o quanto eu gostaria de virar a mesa da minha cozinha e cantar isso para a razão dos meus problemas então decidi fazer esse conto inspirado totalmente na LETRA da música -é para ficar claro que não irei matar ninguém; eu adoro essa música, ela tem esse ar pesado mesmo, não é exagero meu! O conto ficou meio confuso, eu sei mas eu fui escrevendo tentando acompanhar a letra e tentando não me comprometer com a situação de forma geral mas é meio impossível.
Meu dia não foi de todo ruim, mãinha pré-encomendou meu CD de Babel na Livraria Cultura -a livraria com o melhor serviço de entrega do mundo! Pedimos P.S Eu te amo hoje de manhã e as 5 horas da tarde eu fui no portão buscar o pacote, achei engraçado e comentei com o entregador e ele disse que era a segunda vez que falavam para ele hoje que foi o pacote mais rápido que já encomendaram; aproveitando que o assunto era "pedidos rápidos" perguntei do meu CD de pré-venda e ele disse que é capaz de chegar na minha casa no dia do lançamento porque eles dão um prazo mas que o serviço era eficiente e eles faziam mais rápido (oba!).
Bom, depois disso, realmente, eu só tive dores de cabeça e não quero falar sobre isso, são coisas pequenas, incômodos que somados fazem com que meu jantar embrulhe no estômago de tanto desgosto e nojo sabe? Eu estou cansada dessa situação patética em que me encontro desde Abril mas não vou arriscar uma vida na cadeia para agir com heroína :b eu posso estar sendo meio dramática e influenciada pela minha trilha sonora:

1. Dust Bowl Dance
2. Broken Crown
3. Holland Road
4. Below my feet
5. Babel
6. Liar
7. Sigh no more
8. Timshel 
(as duas últimas são para recuperar minha paz de espírito)

Eu estou escutando todas essas músicas porque quando decido escrever algo eu incorporo e respiro a história, eu preciso entrar no clima e, em casos com esse, minha mente fica tão cheia, perturbada e lotada de sentimentos, o sangue corre com a adrenalina e eu explodo então preciso de meus pequenos escapes como "Below my feet" e "Sigh no more" haha' eu realmente adoro o que faço, essa coisa de me envolver de corpo e alma.
No meio de todo esse rolo e confusão, aprendi a tocar Winter Winds e, como resposta a uma pergunta no ask.fm, gravei um vídeo com um mini-cover dessa música; dá para ver nos meus olhos que estou meio cansada (talvez seja a falta de maquiagem e o cabelo preso de qualquer jeito) mas eu adorei minha voz e preciso compartilhar isso com o mundo:


É extremamente bizarro postar sem fotos mas eu precisava escrever essa nuvem de sentimentos que estava pesando meu peito, depois dessa estou melhor mas vou dizer o que vai acontecer: absolutamente nada, vou continuar na mesma mas, é como diz Timshel: you are not alone in this, as brothers we will stand and we'll hold your hand, hold your hand! Eu não estou sozinha nessa então as coisas vão melhorar, nem que seja por pouco tempo, até que essa luta não seja mais minha.
Espero que tenham gostado mesmo com toda essa estranheza no formato, um bom domingo para todos -se possível e uma boa noite porque eu estou cansada (mesmo na m*rda eu faxinei hoje).
Eu vou te amar e te apertar até você parar de respirar!!

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PS²: Me passaram a letra de Babel e de Holland Road, são perfeitas como já achei que eram! Ah.... eu não tinha me tocado que no refrão de Babel estava a palavra "mask", acho que meu conto foi escrito de forma subconsciente haha'
PS³: Eu ia postar sem colocar o vídeo da música (genious) e, para os mais curiosos, aqui está a tradução;


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